-Alicia! Você está cuidando de todos, mas ta esquecendo de você!
A voz de Moema soou em meio à gritaria da criançada. Já era noite. O Bolo de Natal media cinco metros e já tinha sido distribuído quase todo. Todos já haviam merendado e agora a rodeavam querendo uma fatia a mais.
Alicia parou um pouco tentando lembrar-se da ultima vez que tinha se alimentado. Não conseguiu lembrar!! Havia saído de casa no dia anterior rumo a comunidade carente na periferia da cidade, onde ela, o esposo e um grupo de missionários haviam implantado um projeto para crianças e adolescentes do local.
-Alicia! Senta um pouco e come! Prove o bolo que você mesma ajudou a fazer!
Alicia se jogou na primeira cadeira que encontrou e tomou ciência do que acontecia: estava sem comer desde o dia anterior, as unhas estavam quebradas, o cabelo despenteado, suor caindo pelos dois lados do rosto, roupa manchada de chocolate. Tirou um pequeno espelho da bolsa e mirou a imagem: Essa sou eu?? Sentiu pena de si. O Natal das Crianças tinha sido um sucesso, mas ela tava um trapo! Com fome, mal cuidada, cansada.
As crianças recolhiam-se pouco a pouco aos seus casebres. Ela e o grupo limpavam o local, recolhiam o material, colocando tudo em ordem. Por fim terminaram.
- Até amanhã Alicia! A voz de Moema soou antes de dar partida no carro e sumir na poeira. Ela saiu por último com o esposo e os filhos.
O silêncio reinou no carro até chegarem em casa. Alicia estava cansada! Doía tudo do dedo do pé até a ponta do cabelo. Que vida, meu Deus! Pensou.
Chegaram em casa. Todo escuro. Entraram. Ela deu um suspiro ao ver a bagunça! Tinha saído correndo para ir à comunidade não deu tempo fazer nada!
Precisava dar uma geral antes de dormir! Deu banho nas crianças, preparou um jantarzinho básico para todos, cuidou dos cachorros. Quando terminou já passava da meia noite. O esposo e os filhos já dormiam.
Tomou um banho e se deitou. O marido ressonava. Ela não conseguia dormir de tão cansada que estava. Pensou em tudo, pensou na vida. Sentiu um vaziu, faltava algo. Não sabia o que...
Adormeceu. Sono leve, desconfortável.
Ouviu a voz de Moema:
-Alicia! Você está cuidando de todos, mas está esquecendo-se de você!
A amiga apareceu linda em uma saída de praia esvoaçante. Azul celeste, da cor do céu. Sorriu pra ela
- Vamos andar um pouco na praia? Tomar uma água de côco, molhar os pés na água... Vamos?? Ela aceitou o convite e saiu livre, leve e solta na companhia da amiga, que apesar de bem mais velha que ela, se davam muito bem. Estar com Moema significava companhia, diversão, amizade, consolo, ombro.
-Humm! que delícia esse cheirinho de mar! Alicia corria afundando os pés na areia morna.
Parou, estirou a canga e deitou-se na areia. Contemplou as nuvens no seu bailar contínuo. O azul do céu lhe deixava relaxada e feliz.
Moema chegou com dois côcos. -Me dá o de canudinho rosa! Me dá!
Moema sorriu e estendeu o côco para a amiga.
-Você escolhe a cor do canudinho, é??
-Desde criança sempre escolho a cor do canudo. Gosto de canudinho rosa.
Moema deu uma gargalhada! -Essa não! A minha líder! Escolhendo canudinho?? Essa não!!
- Eu escolho, e daí?? É igual escolher a cor da blusa, da calcinha, da sandália... Eu escolho o canudo, que por sinal é da cor da sua havaiana.
Ficaram assim horas e horas a conversar. A companhia de Moema era maravilhosa. Alicia se sentia bem. Estava linda. Cabelo cortado e macio, unhas bem feitas, pele bem cuidada, sobrancelhas... Tudo em dia. Nada vencido e por fazer.
Continuavam a conversar, desta vez sentadas olhando o mar.
- Alicia, nunca esqueça: "Divida o amor, mas não esqueça a sua parte". Isso é "Amar ao próximo, como a si mesmo", sabia?? Como podemos amar os outros se não nos amamos? Não tiramos um tempinho pra gente??
Ela sorriu. A amiga tinha razão.
Entraram no carro pra voltar pra casa. Antes de dar partida. Moema olhou para amiga e falou piscando.
-Divida o amor, mas não esqueça a sua parte!! E vamos nós!! Uhu!!
O guarda parou as duas.
- Ihh! Blitz! Moema sussurou. E eu esqueci os documentos em casa!
Alicia baixou o vidro, mirou o guarda, por cima dos óculos de sol.
- Bom Dia Alicia!
Oxe! O guarda sabia seu nome??
-Bom Dia Alicia! Ele repetiu, esperando uma resposta ao seu cumprimento.
-Bom Dia Alicia!!!!!!!!!!!! A voz do marido soou forte. Levanta tá na hora de irmos!!
Ela revolveu-se entre os lençóis macios. Virou pra o outro lado, bocejou, espreguiçou-se. As crianças ainda dormiam. O marido agora se barbeava.
-Querido, dá pra vocês se virarem sem a minha presença lá hoje?
-Por quê? Quer folga, é? Mulher de Pastor, não tem folga não, Ricardo falou sorrindo. Tudo bem pode ficar.
- Meu Bem, tive um sonho que me fez pensar! A partir de agora sou uma nova mulher! Uma Nova mulher! Mais madura, mais consciente e acima de tudo mais bonita!
- Humm!! Isso é bom... O que você sonhou?
- Isso você só saberá lendo o meu blogue e correu para o laptop.
O telefone tocou. Era Moema.
-Alicia, vamos sair um pouco? Deixa as crianças aqui em casa com os meus. Eles vão adorar a piscina e vamos só nos duas tomar uma água de côco na praia! Aceita??
-Claro amiga!!
-Passo aí daqui a pouco.
A voz de Moema soou em meio à gritaria da criançada. Já era noite. O Bolo de Natal media cinco metros e já tinha sido distribuído quase todo. Todos já haviam merendado e agora a rodeavam querendo uma fatia a mais.
Alicia parou um pouco tentando lembrar-se da ultima vez que tinha se alimentado. Não conseguiu lembrar!! Havia saído de casa no dia anterior rumo a comunidade carente na periferia da cidade, onde ela, o esposo e um grupo de missionários haviam implantado um projeto para crianças e adolescentes do local.
-Alicia! Senta um pouco e come! Prove o bolo que você mesma ajudou a fazer!
Alicia se jogou na primeira cadeira que encontrou e tomou ciência do que acontecia: estava sem comer desde o dia anterior, as unhas estavam quebradas, o cabelo despenteado, suor caindo pelos dois lados do rosto, roupa manchada de chocolate. Tirou um pequeno espelho da bolsa e mirou a imagem: Essa sou eu?? Sentiu pena de si. O Natal das Crianças tinha sido um sucesso, mas ela tava um trapo! Com fome, mal cuidada, cansada.
As crianças recolhiam-se pouco a pouco aos seus casebres. Ela e o grupo limpavam o local, recolhiam o material, colocando tudo em ordem. Por fim terminaram.
- Até amanhã Alicia! A voz de Moema soou antes de dar partida no carro e sumir na poeira. Ela saiu por último com o esposo e os filhos.
O silêncio reinou no carro até chegarem em casa. Alicia estava cansada! Doía tudo do dedo do pé até a ponta do cabelo. Que vida, meu Deus! Pensou.
Chegaram em casa. Todo escuro. Entraram. Ela deu um suspiro ao ver a bagunça! Tinha saído correndo para ir à comunidade não deu tempo fazer nada!
Precisava dar uma geral antes de dormir! Deu banho nas crianças, preparou um jantarzinho básico para todos, cuidou dos cachorros. Quando terminou já passava da meia noite. O esposo e os filhos já dormiam.
Tomou um banho e se deitou. O marido ressonava. Ela não conseguia dormir de tão cansada que estava. Pensou em tudo, pensou na vida. Sentiu um vaziu, faltava algo. Não sabia o que...
Adormeceu. Sono leve, desconfortável.
Ouviu a voz de Moema:
-Alicia! Você está cuidando de todos, mas está esquecendo-se de você!
A amiga apareceu linda em uma saída de praia esvoaçante. Azul celeste, da cor do céu. Sorriu pra ela
- Vamos andar um pouco na praia? Tomar uma água de côco, molhar os pés na água... Vamos?? Ela aceitou o convite e saiu livre, leve e solta na companhia da amiga, que apesar de bem mais velha que ela, se davam muito bem. Estar com Moema significava companhia, diversão, amizade, consolo, ombro.
-Humm! que delícia esse cheirinho de mar! Alicia corria afundando os pés na areia morna.
Parou, estirou a canga e deitou-se na areia. Contemplou as nuvens no seu bailar contínuo. O azul do céu lhe deixava relaxada e feliz.
Moema chegou com dois côcos. -Me dá o de canudinho rosa! Me dá!
Moema sorriu e estendeu o côco para a amiga.
-Você escolhe a cor do canudinho, é??
-Desde criança sempre escolho a cor do canudo. Gosto de canudinho rosa.
Moema deu uma gargalhada! -Essa não! A minha líder! Escolhendo canudinho?? Essa não!!
- Eu escolho, e daí?? É igual escolher a cor da blusa, da calcinha, da sandália... Eu escolho o canudo, que por sinal é da cor da sua havaiana.
Ficaram assim horas e horas a conversar. A companhia de Moema era maravilhosa. Alicia se sentia bem. Estava linda. Cabelo cortado e macio, unhas bem feitas, pele bem cuidada, sobrancelhas... Tudo em dia. Nada vencido e por fazer.
Continuavam a conversar, desta vez sentadas olhando o mar.
- Alicia, nunca esqueça: "Divida o amor, mas não esqueça a sua parte". Isso é "Amar ao próximo, como a si mesmo", sabia?? Como podemos amar os outros se não nos amamos? Não tiramos um tempinho pra gente??
Ela sorriu. A amiga tinha razão.
Entraram no carro pra voltar pra casa. Antes de dar partida. Moema olhou para amiga e falou piscando.
-Divida o amor, mas não esqueça a sua parte!! E vamos nós!! Uhu!!
O guarda parou as duas.
- Ihh! Blitz! Moema sussurou. E eu esqueci os documentos em casa!
Alicia baixou o vidro, mirou o guarda, por cima dos óculos de sol.
- Bom Dia Alicia!
Oxe! O guarda sabia seu nome??
-Bom Dia Alicia! Ele repetiu, esperando uma resposta ao seu cumprimento.
-Bom Dia Alicia!!!!!!!!!!!! A voz do marido soou forte. Levanta tá na hora de irmos!!
Ela revolveu-se entre os lençóis macios. Virou pra o outro lado, bocejou, espreguiçou-se. As crianças ainda dormiam. O marido agora se barbeava.
-Querido, dá pra vocês se virarem sem a minha presença lá hoje?
-Por quê? Quer folga, é? Mulher de Pastor, não tem folga não, Ricardo falou sorrindo. Tudo bem pode ficar.
- Meu Bem, tive um sonho que me fez pensar! A partir de agora sou uma nova mulher! Uma Nova mulher! Mais madura, mais consciente e acima de tudo mais bonita!
- Humm!! Isso é bom... O que você sonhou?
- Isso você só saberá lendo o meu blogue e correu para o laptop.
O telefone tocou. Era Moema.
-Alicia, vamos sair um pouco? Deixa as crianças aqui em casa com os meus. Eles vão adorar a piscina e vamos só nos duas tomar uma água de côco na praia! Aceita??
-Claro amiga!!
-Passo aí daqui a pouco.
Adorei! esse realmente foi um bom texto, uma boa historia e concerteza ira ajudar as mulheres a refletirem sobre suas vidas, será que estamos nos anulando, nos deixando pra depois em prol apenas das outras pessoas?
ResponderExcluirParabéns pelo texto, relamente adorei!
Esta história se parece muito com a história de muitas pessoas.
ResponderExcluirÉ verdade que temos que primeiro amarmos a nós mesmos para depois amarmos o próximo, pois não conseguimos dar aquilo que não temos.
Valzelio
Essa mensagem me fez refletir.
ResponderExcluirMuito Obrigada.
Menina, Sabe eu nunca tinha pensado nisto. Neste ponto devemos ser um pouco egoístas mesmos e reservar a maior parte para nós.
ResponderExcluirBeijos.
Rejane
Ô Lindinha! Fala aí para a Alícia e todas as esposas, não esquecer a parte dos "maridinhos". Conheço mulheres que tem tempo pra tudo, menos para o esposo e isso não está certo, não é irmã. Se eu fosse esse aí da história não teria deixado ela ficar, não. água de côco, só se fosse comigo. Desculpa se fui sincero.
ResponderExcluirA paz.
Rogério