Pular para o conteúdo principal

Confissões de Uma Ex Esposa de Pastor

Encontrei este texto na Internet e achei interessante, resolvendo postar aqui com o objetivo de ajudar que se espalhe na net. Chamo a atenção de todos para a fonte original: http://www.genizahvirtual.com/2010/11/confissoes-de-uma-ex-esposa-de-pastor.html

Ela tinha 20 e ele 27 anos.

Ambos não sabiam que o outro existia.

Ela, nova convertida e cheia de alegria por ter sido encontrada pelo Caminho, pela Verdade e pela Vida.

Ele, não lembro exatamente agora, onde estava.

Ela veio a conhecer o mundo evangélico depois da sua compreensão da Verdade, que foi acontecendo enquanto caminhava pela vida, à sós com Deus. Deus a encontrou fora de qualquer religião, isso para ela é como um troféu. Tudo simples, apenas ela, o Evangelho e o Espírito.

Dois anos se passaram.

Ambos encontraram-se, então, numa pequena congregação que logo depois se tornou “igreja”, pois passou a preencher os requisitos requeridos no Manual Legislativo da denominação da qual havia passado a ser membro.


Ele, pastor denominacional e de família protestante “da mais alta linhagem teológica”, de 3º ou 4º geração, enfim, um invejável pedigree.

Ela, uma “trabalhadora de última hora”, ex-católica não praticante, sem família no ambiente religioso evangélico.

Ele, pastor formado em excelentes instituições, o totem da sua família.

Ela, a uma-boca-a-mais-na-mesa de uma família toda arrebentada, pais separados, mas, que na busca sedenta por Deus, com Ele encontrou-se aos 20 anos.

Ele e ela encontraram-se.

Em pouco tempo, casaram-se.

Ela...

Ela ainda acredita que apesar dos enganos da Religião, casou por amor.

Ele...

Não sei ao certo. Talvez tenha casado com ela pela cruel pressão psicológica que uma comunidade religiosa exerce sobre um pastor com quase 30 anos, ainda solteiro.

Ela tornou-se, então, uma nova convertida chamada por todos de Esposa-de-Pastor.

Esse foi seu único nome por muito tempo.

Ela, bem...

Ela nunca conseguiu deixar-se formatar pelo modelo de esposa-de-pastor.

Assim...

A comunidade religiosa não a aceitou. Começou a oprimi-la desde o início, houve uma rejeição coletiva da pessoa dela por ela não enquadrar-se nos padrões do que deve ser uma esposa-de-pastor segundo os moldes desse mundo evangélico doente.

Ela não conseguia entender simplesmente nada do que acontecia, as hostilidades gratuitas, os gritos agressivos em público contra ela, o fato de ser pauta na reunião do conselho da igreja por não conseguir estar presente sempre, as humilhações de senhoras em reuniões de senhoras.

Angústias profundas e ela adoeceu seriamente. Deprimiu-se com o fardo pesado que as pessoas da religião colocaram sobre seus ombros. Os domingos, que antes eram alegres, tornaram-se sufocantes, cheios de ansiedade, febres e outras somatizações.
Ela perdeu a alegria e ele também.

Ela...

Quanto mais deprimida ficava, mais humilhada era, pois correspondia cada vez menos às expectativas dos membros da “igreja” que tem a fixação de que mulher de pastor tem que ser, pelo menos, presidente de alguma sociedade feminina, pois isto “... a tornará mais feliz!”, era o que para ela diziam.

Ela refugiou-se no trabalho com crianças.

Ele, que sempre foi mais ele-pastor do que ele-mesmo, pois ser pastor era algo a que ele apegou-se mais do que ser ele próprio em primeiro lugar, perdeu-se de si mesmo diante dos olhos dela.

Ele deixou-se ser consumido pela instituição, que é pesadíssima e opera de maneira diametralmente oposta à simplicidade da proposta do Evangelho.

Ela, para minimizar tensões no lar, ouvia calada no café da manhã, no almoço, no jantar e em todas as horas do dia as lutas do pastorado dele, que giravam quase sempre em torno da burocracia da denominação, litígios no meio da comunidade e tribunais eclesiásticos, enfim, até a alma dela fadigar.

Ela adorava quando o dia terminava, pois ficava a sós com Deus buscando um pouco de alívio.

Ela chorava, pois via tudo desmoronar.

Ele foi adoecendo da doença chamada Religião sob os olhos dela e ficando uma pessoa cada vez mais agressiva.

Ela percebeu. Advertiu-o sobre o cultivar do amor entre eles. Ele não ouvia mais. Estava absorvido por tudo que dizia respeito à Santa Madre Igreja Protestante.

Ele tornou-se por dentro seco e frio como a Constituição da denominação à que servia, e servia como quem serve a um ídolo.

Ele, cujo Nome Próprio havia se tornado cada vez mais em Sr. Pastor-Ordenado-da-Igreja-Tal, não tinha paz em um segundo de sua vida.

Ela sempre questionou o que via e ouvia, e, calada e em oração, conferia coisa com coisa no coração.

Ela foi tornando-se cada vez mais convicta de que havia algo errado, pois não havia o Amor em nenhum lugar na “igreja” da qual ele era pastor, modo simples de aferição das coisas dado pelo Mestre, Amor, que é a marca da comunidade dos discípulos de Jesus.

Ela viu que tudo aquilo era antítese do Evangelho de Jesus e disse para si mesma observando, um certo dia, o ajuntamento de pessoas que apenas digladiavam-se o tempo todo no dia a dia da vida comunitária, e causavam danos umas às outras:

“Ou eu pago o preço alto e faço a ruptura com tudo isto aqui, e mantenho minha lucidez, ou me torno mais uma nessa linha de produção de gente adoecida e diluída na personalidade.”

Ele adoecia cada vez mais e era cada vez mais agressivo com ela. Ela passou a temer a companhia dele.

Ela havia cansado de lutar sozinha para manter acesa a última fagulha de sentimento que ainda existia.

Ele, adoecido, humilhava-a.

Ela estava traumatizada e sua alma em ruínas.

...

Tudo acabou.

Ambos seguem seus caminhos sozinhos.

Ela recupera devagar a alegria por ter sido encontrada pelo Caminho, pela Verdade e pela Vida. Tem o Evangelho, somente, como lâmpada para os pés e luz para o seu caminho.

Ela quase não tem notícias dele.

Ele, ouvi falar, estava novamente falando de um púlpito para algum ajuntamento de gente, pela denominação que lhe dá Nome e Sobrenome.




Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2010/11/confissoes-de-uma-ex-esposa-de-pastor.html#ixzz18vrwWZCS

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Orquídeas, uma festa para os nossos olhos...

Que bela festa para os nossos olhos são as orquídeas... Que belo presente também! Qual a origem delas? Referências às espécies de orquídeas somente apareceram na Era Cristã. O primeiro livro sobre orquídeas provavelmente foi escrito em chinês, mais ou menos no ano 1000, e relacionava nome de espécies de variedades e dava instruções sobre a sua cultura mas, em escritos da literatura oriental, encontrou-se a expressão: "Ran trascala perfume dos Reis". A palavra chinesa que significa orquídea é Ran ou Lan e ela reaparece em vários trabalhos de poetas e filósofos como o resumo de pureza, graça e fragrância. No século XV, surgiu a imprensa e também uma longa linha de livros e folhetos relacionados às orquídeas. Já não se via somente a inclusão das orquídeas em relações de plantas de ervas por suas supostas qualidades medicinais. 0 interesse botânico pelas orquídeas progrediu paulatinamente, tomando grande impulso e conquistando maiores conhecimentos com a invenção do microscópio c

Aprendendo com "Sara"

"Pela fé também a mesma Sara recebeu a virtude de conceber, e deu à luz já fora da idade; porquanto teve por fiel aquele que lho tinha prometido" (Hebreus 11:11). 1- Primeiro Passos Rumo À Canaã Não foi fácil para Sara, esposa de Abraão, esperar o cumprimento das promessas de Deus. O Senhor fez promessas importantes a seu marido e, pela fé, eles tiveram que abandonar tudo - sua terra, seus familiares, a casa do pai - e seguir para uma terra que o Senhor lhes prometeu. O Senhor disse a Abraão: "... Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que Eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção" (Gênesis 12:1-2). Não foi fácil para eles e não é fácil para nós quando Deus nos manda fazer algo que vai mudar, completamente, a nossa maneira de viver. É difícil visualizar o que Deus está planejando para nós, pois, como diz Twila Paris: "Como seres humanos, não somos capazes d

CURSOS BÍBLICOS GRÁTIS POR CORRESPONDENCIA

Que tal fazer um curso Bíblico Gratuito por correspondência? Abaixo estão alguns endereços, escreva solicitando o seu curso. Garanto que serão uma grande benção em sua vida pessoal e espirítual. Escreva e solicite o seu CURSO. ESCOLA BÍBLICA DO AR Caixa Postal 866 - Rio de Janeiro - R.J Cep: 20001-970 - Brasil Conveniado com a Junta de Missões Nacionais, os Cursos oferecidos destinam-se aos recém-convertidos e ensinam sobre a obra de Jesus, as doutrinas da salvação e outros temas. A HISTÓRIA DA SALVAÇÃO Caixa Postal 45.040 - Irajá Rio de Janeiro - R.J. Cep: 21.235-970 - Brasil FUNDAMENTOS DA FÉ CRISTÃ Caixa Postal 18.300 - Aeroporto São Paulo - S.P. Cep: 04626-970 - Brasil INVESTIGADORES DA BÍBLIA (Adolescentes) Caixa Postal 18.300 - Aeroporto São Paulo - S.P. Cep: 04626-970 - Brasil CRESCENDO COM DEUS (infantil) Caixa Postal 301 São José dos campos - S.P. Cep: 12201-970 Brasil CURSO BÍBLICO INFANTIL Caixa Postal 21.452 São Paulo - S.P.