A sexualidade na adolescência tem obtido “novos olhares” e pais e educadores tem percebido a importância de se discutir sobre esse assunto, como um tema de direito à educação sexual, de usufruto de seus direitos reprodutivos no que existe de específico a essa faixa etária.
A sexualidade e o comportamento reprodutivo dos adolescentes muitas vezes entram em choque com os projetos que a sociedade, digo os pais, lhes atribuem: de que antes de terem filhos é preciso que terminem os estudos, estejam trabalhando, tenham um bom salário e condições de constituírem família. Esse projeto de vida é fácil de entender. Só que, se por um lado existe esse desejo latente, do outro, a sociedade tem respondido de maneira insatisfatória às necessidades e direitos dos adolescentes sobre sexualidade, reprodução e prevenção das DST/Aids e de uma gravidez não planejada.
Não é facilitado aos jovens o acesso à informação sobre sexualidade em geral, aos serviços de boa qualidade para aconselhamento e fornecimento de métodos anticoncepcionais e preservativos para a prevenção das DST/Aids e gravidez não planejada.
Nós que estamos discutindo esse tema nesse módulo, além da importante discussão dos acessos que os jovens precisam ter, não podemos esquecer que a sexualidade não pode ser vista apenas pelo aspecto biológico, mas nas dimensões culturais, históricas, afetivas e no que se refere as suas atitudes diante do mundo atual, possibilitando-lhes a aquisição de habilidades e informações para enfrentar futuras decisões.
É fundamental que os educadores – agora me refiro apenas a escola - ofereçam orientações para que os adolescentes se informem e construam seus discursos e pensamentos, desenvolvam a auto-estima, saibam fazer escolhas, se posicionem de forma pessoal frente a situações, responsabilizando-se por suas decisões.
Mas orientar é diferente de ser invasivo. Portanto, na realização do trabalho que vão começar a desenvolver a partir dos nossos conteúdos, diferencie o “público” do “privado” e, com isso, quero dizer que não devemos entrar na intimidade do outro, buscando informações sobre suas práticas que não cabem ao educador saber.
A sexualidade, a reprodução e a prevenção das DST/Aids na adolescência devem ser compreendidas na sua inter-relação com os aspectos educativos, culturais, psicológicos, sociais, jurídicos e políticos, e cabe ao profissional ficar atento a estes aspectos em suas respectivas ações. É essa, inclusive, nossa proposta aqui.
Só informar não basta. É preciso trabalhar os mitos e crendices que envolvem o tema e se trabalhe o emocional, para que tenhamos mudanças de atitudes e crenças e consigamos mudar os dados que nos preocupam a cada dia. Segundo dados mundiais, os índices de gravidez, abortamento e infecção pelo vírus da Aids vêm crescendo. E, seguramente, se isso vem ocorrendo é porque as estratégias empregadas pela educação e pela saúde já não são adequadas e/ou suficientes.
Fonte: http://educadores.programa-ato.com.br
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